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TEMPOS VERBAIS


Eu sempre fui uma catástrofe em gramática, considero o aprendizado da mesma, juntamente com a escrita e/ou leitura de partituras, e o balanceamento químico de equações, como as técnicas mais difíceis de se dominar já inventadas pelo homem. Mas não obstante todas as dificuldades que todos os tempos verbais e sua conjugações causaram no meu período escolar, tenho sugestões a fazer aos acadêmicos deste país, de língua tão culturalmente complexa. Sugestões essas que visam preencher lacunas, que considero eu, não podem mais passar em branco.


Pretérito perdido: tempo verbal que descreve todas as oportunidades que você, imprudentemente, jogou fora, como não estudar dias antes da maldita prova de qualquecoisaqueseja, ou perguntar o nome daquela garota que sempre pegava o mesmo ônibus que você, e que um dia sumiu misteriosamente, ou ainda então aquela tirada maravilhosa que ficou só no pensamento. Cada um com seus arrependimentos.


Presente que não ganhei: aplicado a toda esperança destruída, a efeito de exemplo, como naquele amigo secreto da quarta-série, que você comprou um presente tão bacana que até queria ficar com ele. Mas quando rasgou a embalagem do que te deram, se deparou com alguma tosqueira comprada de última hora, ao invés de um bonequinho dos Comandos em Ação, ou algum carrinho maneiro, ou então... Deixa pra lá, tem muita coisa que eu não tive.


Futuro que não tenho: de uso exclusivo de eventos que sabidamente não vão acontecer. Como por exemplo, o futuro que não tenho como jogador de futebol, chef de cozinha, melhor jogador de qualquer jogo online em um mundo onde existam chineses, etc etc.


Futuro do fracasso: sabe aquela maldita hora que você tem que escolher algum curso superior na vida? Imaginando que tudo pode dar errado e você ser o único que fracassou? Ou qualquer outra decisão do âmbito profissional, acadêmico, familiar, ou alguma outra que tenha me escapado a memória, mas que tenha potencial suficiente, caso mal escolhida, pra te contenar a beira da sarjeta. É cara, a vida não tem Load Game e muito menos Password ou Continue.



Eu ainda poderia gastar umas linhas sobre o Pretérito polêmico, o Futuro desejado pelos pais, e o Presente ideal, mas os deixarei para futuros artigos. Finalizarei com o Presente do desgosto: geralmente encaixado entre o Pretérito perdido, e o Futuro do fracasso, e que, espero eu, você que está lendo não se encaixe nele.

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