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FECHADURA


E eis que numa bela manhã, caminhava tranquilamente a caminho de casa, sentia a brisa suave matutina nos meus poucos cabelos e o sol aparecia com sua cor laranjada mais bela. Estava feliz pois a noite havia sido das boas.

Mas como dizia Tom Jobim: ''tristeza não tem fim, felicidade sim''.

E assim foi o fim da minha felicidade, mais breve que uma ejaculação precoce, ela sumiu.

Quando restavam alguns quarteirões para atingir o objetivo de retornar ao lar para um merecido descanso, sinto uma pontada na barriga, era ele, o jantar da noite anterior. Rebelde como um diabo da tasmânia ele maltratou o meu estômago e minha caminhada matinal, a cada passo dado era como se minha barriga fosse uma máquina de lavar e ele uma roupa chacoalhando dentro de mim.

Calafrios tomam conta do meu corpo, e cada moita avistada torna-se alvo viável para um plano de emergência.

Olhando desesperadamente de um lado para o outro busco uma luz, e ela não vem. Quando me vejo a apenas alguns metros do lar, ele se rebela e mostra disposto a traumatizar meu dia, quiçá minha vida. Adentrei o prédio e consegui chegar a frente do apartamento.

A maldita fechadura que deu vários indícios de que um dia falharia, falhou, falhou no momento mais inoportuno possível, e eu amigos não consegui mais segurar o tal diabo da janta.

Apenas toquei a campainha e esperei já sem muita pressa por quem fosse abrir a porta, era minha mãe com uma cara de sono e assustada esperando que eu explicasse alguma coisa, olhei para ela e disse: " to cagado".


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