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FACILIDADES DA INFORMÁTICA


Informática. A palavra, ao contrário do que muitos pensam não é de origem inglesa, na verdade, deriva do alemão, Informatik.

Du hast es?

Enfim, prossigamos, porque isso não tem nada a ver com o tema.

O mundo da informática, quando apresentado aos humanos, veio seguido por um fardo de promessas, como velocidade, praticidade, tudo ao seu controle, na velocidade de um clique.

Não é preciso dizer que não foi bem assim que aconteceu né?

Para ver-se diante de incoerências tecnológicas, bastam apenas alguns minutos na frente do computador, quiçá segundos, mas isso depende do desempenho da sua máquina (não é o meu caso).

Pois até um passado bem próximo não passava um dia na minha vida sem que o Java pedisse para atualizar. Talvez passassem alguns dias, mas esses passavam despercebidos, possivelmente ofuscados por outras peripécias causadas pelo Windows e sua vasta prole de softwares.

O Java. Bom o Java como todos sabem é um programa para... Quer dizer, na verdade não sei bem se sei o que o Java é, além é claro de ser uma ilha na Indonésia. Programa ou não, acho que a única função que ele tem é atualizar. Não é bem um motivo para reclamar, afinal tenho programas que não atualizam nunca, e por isso ficam repletos de bugs e problemas insolúveis ad eternum.

Mas a atualização constante do Java me permite explorar um segundo tema, o dos botões “sempre” ou “uma única vez”. Pois me lembro que, quando ainda insistia em clicar naquele balãozinho do Java do lado do relógio, onde eu era questionado sobre o comportamento das futuras atualizações, me era apresentada a seguinte situação:

deseja atualizar automaticamente?” “sempre” ou “apenas dessa vez

Curioso o fato que mesmo clicando sempre no botão sempre (o que torna isso um tanto quanto redundante, em tese, bastaria clicar apenas uma vez), toda vez que havia uma nova atualização o pedido aparecia novamente. Não sei, deve ser alguma pegadinha de programador que passou despercebida, e talvez a próxima atualização viesse sanar justo esse problema.

Outra situação digna de nota é a que acontece quando você recorre a um F.A.Q. (do inglês “frequently asked questions”, traduzido como “perguntas frequentes”), que nada mais é que um compêndio de perguntas previamente respondidas, que por ventura possam vir a ser justamente o seu problema, e que evitariam assim, o transtorno de você precisar ligar para o suporte técnico (caso este que merece um texto só para ele).

Mas naquelas perguntas, que por sinal são muitas, você nunca encontra o seu problema. Ali se encontram os problemas de todos os outros seres humanos do planeta, menos o seu. Entrar em um F.A.Q. é extremamente não recomendado a pessoas com tendências depressivas e com mania de perseguição divina.

Aliás, sugiro que junto com o F.A.Q. eles criem outra categoria, algo como “Perguntas Específicas”, ou “Perguntas Nem Tão Frequentes Assim”, ou ainda o “Problemas Que Só Eu Tenho”.

E os triviais “não exibir novamente” ou “cancelar impressão”, alguma idéia do que eles acarretam? Deixo essa para vocês.

Mas sempre dá pra piorar, claro que dá. E quando a própria internet dá pau?

Aí o bicho pega, afinal, é na internet que você procura soluções para os seus problemas. Bom, quando a rede está com problemas, não resta muito a não ser tirar o modem da tomada e contar até 10, para os desavisados, essa técnica tem raízes na antiga cabala indiana e vem sendo utilizada como placebo tecnológico de sucesso.

Você pode ainda clicar no botão “solucionar problemas de rede”, que não soluciona porra nenhuma, óbvio. Se solucionasse não estaria ali, estaria bem escondido nas entranhas do Windows. Na verdade, por vezes ele encontra uma solução, a solução que ele encontra é que ele não é capaz de encontrar uma solução para o seu problema.

Mas calma, antes do colapso nervoso e do desespero causado pela amarga impotência, você pode se ver diante do seguinte aviso:

contate o administrador da sua rede

Engraçado, até onde eu me lembre, apesar de não ter feito curso nem nada, sequer assinado algum documento, ou feito alguma entrevista, eu ocupo o cargo de “administrador da minha rede”. Seria essa uma alternativa exclusiva para pessoas de múltiplas personalidades? Vou procurar a resposta em algum F.A.Q. por aí.

(Mentira)

E o bendito "ponto de restauração do Windows?". Cara, essa de fato é uma excelente idéia, pena que o ponto de restauração nunca existe para uma data anterior ao início do problema, mesmo que ele tenha começado agora, agorinha mesmo, neste instante. Microsoft, por favor, mandar Viagem No Tempo na próxima atualização do Service Pack.

Por fim, venho com o mais fantástico dos casos, o botão do Windows mais campeão de todos, por possuir simultaneamente um significado vago e promissor, capaz de te fazer pensar (momentaneamente) que a vida pode ser melhor:

solucionar problemas

Não confunda com “solucionar problemas de rede”, não não não. A coisa aqui é muito, mas muito mais séria. Pois esse botão cria esperança. Esse botão te permite, antes de clicar nele, sonhar com um mundo mais justo e feliz.

Aí você clica e... E eu acho que já sabe o final da história.

Esse botão não só não solucionou nada no meu computador, como também não o fez com os problemas da minha vida. Não me arranjou um emprego, não tirou aquela verruga do meu pé, não acabou com as brigas no meu relacionamento, tampouco trouxe meu cachorro de volta.

E eu cliquei ali esperançoso.


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